MST e DNOCS reabrem negociações sobre assentamento Zé Maria do Tomé

19/10/17 10:30

O deputado Renato Roseno (PSOL) participou na manhã da última quarta-feira de uma reunião na sede do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), em que auxiliou no diálogo entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a direção do órgão a respeito do acampamento Zé Maria do Tomé, em Limoeiro do Norte. Fundado em 2014, o acampamento reúne centenas de famílias da Chapada do Apodi, organizadas pelo Movimento dos Sem Terra com apoio da Diocese de Limoeiro e de várias entidades e organizações sociais. O acampamento ocupa uma área do perímetro irrigado Jaguaribe-Apodi, pertencente ao DNOCS, e está ameaçado de despejo por conta de uma decisão judicial.

Para Renato, que foi convidado pelo movimento, a reunião foi positiva e começou a construir uma saída que não passe pelo despejo violento das famílias que hoje moram e produzem no acampamento. Segundo a direção do DNOCS, o tema será debatido novamente nessa quinta-feira, em Brasília, em reuniões na Casa Civil e no Ministério da Integração Nacional. A expectativa dos trabalhadores é que essas reuniões confirmem os entendimentos sobre a permanência dos acampados no local.

"Nosso mandato está a serviço das lutas populares. E a luta do acampamento Zé Maria do Tomé é uma das mais importantes lutas camponesas hoje no Ceará", avaliou Renato. "Essa reunião com a direção do DNOCS foi uma boa reunião, que reabriu o canal de negociações. Nós deixamos claro que somos contra uma saída violenta para o caso. A vinda do MST foi importante para destravar as negociações com Brasília".

Na madrugada de quarta-feira (18), cerca de 600 trabalhadores e trabalhadoras ligadas ao MST ocupou a sede da entidade, na Avenida Duque de Caxias, no Centro de Fortaleza. Entre as pautas de reivindicações, estava a suspensão imediata da reintegração de posse do acampamento e o assentamento imediato para as mais de 150 famílias que resistem na área. O acampamento Zé Maria do Tomé leva o nome do agricultor e ambientalista assassinado em 2010, com mais de 20 tiros, por conta de seu envolvimento na luta contra a pulverização aérea de agrotóxicos na região

No início do mês, mais de 60 instituições assinam uma nota pública lançada hoje em defesa das famílias do acampamento Zé Maria do Tomé, em Limoeiro do Norte. No documento, as entidades renovam o pedido feito ao governo do Estado, ao governo federal e ao DNOCS no sentido de reconsiderar o pedido de desocupação da área, o que garantiria àquela população seu legítimo direito ao trabalho, à terra e à água.

Confira íntegra da nota: http://bit.ly/2hPr7Nb

Áreas de atuação: Agricultura