Entidades, parlamentares e lutadores sociais assinam carta em defesa da ressignificação do Mausoléu Castelo Branco

05/09/23 13:00

A Coalização Cearense em Defesa da Democracia lançou uma carta, assinada por entidades, parlamentares e outros lutadores sociais, em apoio à decisão do governador Elmano Freitas de ressignificar o Mausoléu Castelo Branco. A mudança foi anunciada no último dia 31 de outubro, em evento que marcou os 44 anos da Lei da Anistia. O local deve se tornar um equipamento cultural, em memória aos abolicionistas e defensores da democracia. Texto alternativo O documento é subscrito por mais de 50 entidades, 12 parlamentares cearenses e mais de 230 pessoas, entre ex-presos políticos, anistiados, militantes e juristas. A carta foi entregue, nesta terça-feira (05), aos deputados estaduais cearenses na Assembleia Legislativa. O seu conteúdo segue abaixo:

ABOLIÇÃO É LIBERDADE, DITADURA NUNCA MAIS!

A Coalizão Cearense em Defesa da Democracia e as entidades e democratas que subscrevem esta nota prestam o mais decidido e irrestrito apoio ao Governador Elmano pela decisão de pôr fim à homenagem ao ditador Castelo Branco, imortalizado em um mausoléu que leva o seu nome e se encontra nos jardins do Palácio da Abolição.

Castelo Branco foi um dos mentores do golpe militar-civil de 1964, que derrubou um governo constitucional eleito, fechou o congresso, cassou parlamentares e lideranças sindicais, acabou com as eleições diretas, baixou vários atos institucionais, impôs uma constituição autoritária para o país, instalou a censura, prendeu, torturou e matou os que lhes fizeram oposição.

A decisão do governador Elmano de destinar o espaço físico utilizado pelo mausoléu aos heróis abolicionistas cearenses ou mesmo para vítimas cearenses da ditadura deve merecer o apoio de todos os democratas de nosso Estado.

A ressignificação de espaços de memória do período de horror é uma reivindicação histórica de movimentos por memória, verdade, justiça e reparação, com amparo expresso nas resoluções do relatório final da Comissão Nacional da Verdade, instituída pela Lei n. 12.428/2011.

Não se faz uma justiça de transição, não se preserva a memória democrática com homenagem a ditaduras e ditadores. Como o grande Ulysses Guimarães, temos ódio e nojo à ditadura! Ditadura nunca mais! Democracia sempre!

A carta completa pode ser acessada AQUI.

Áreas de atuação: Direitos Humanos