O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou na última terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus acusados de envolvimento na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O caso é analisado pela Primeira Turma do STF e mobiliza, ao todo, 34 pessoas denunciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Bolsonaro e seus aliados integram o chamado “núcleo 1”, apontado como o grupo central no planejamento para impedir a posse do presidente Lula. O julgamento continua ao longo desta semana, com previsão de prolação da sentença para sexta-feira (12). Em debate realizado na TV O POVO, o deputado estadual Renato Roseno comentou o caso.
Para o parlamentar, o bolsonarismo quer turvar o debate público e se agarra à tese estapafúrdia de uma suposta "ditadura" do Judiciário para tentar fazer com que Bolsonaro não responda por seus crimes. "Ditadura, na verdade, é o que os bolsonaristas queriam implantar novamente no Brasil. Um regime que, mais uma vez, cassaria mandatos parlamentares, promoveria a censura, disseminaria a tortura e as prisões arbitrárias", afirmou. "Isso sim, seria uma ditadura, como foi o regime infame inaugurado com o golpe de 1964. Numa ditadura, sim, existiriam pessoas acima da lei. Numa democracia, não. Num regime democrático, pessoas são responsabilizadas por seus crimes na medida de suas culpas, com direito à ampla defesa e ao contraditório, direitos que vem sendo resguardados em relação ao ex-presidente que ora responde por sua tentativa de golpe".
Segundo Renato, todos aqueles que atacaram e tramaram contra nossa democracia precisam ir para o banco dos réus. "Lamentavelmente, a história brasileira é atravessada por tramas golpistas, golpes que não foram à frente e golpes que infelizmente acabaram vingando", destacou. "Por isso mesmo, nossa democracia segue muito frágil e precisa ser preservada e cuidada".
Confira aqui a íntegra do debate.