A Marcha do Silêncio chega à sua quarta edição nesse ano de 2025 e já é um importante marco do calendário de atividades da luta por memória, verdade e justiça. Na última terça-feira (1), centenas de militantes de esquerda, lutadores sociais e amigos e familiares das pessoas que tombaram nas mãos da ditadura civil-militar (1964-1985) foram às ruas para para celebrar a luta contra a tirania e reafirmar a democracia.
O cortejo saiu da Praça do Ferreira e foi até a Casa de Frei Tito, mártir cearense na luta contra o regime ditatorial. Este ano, o diferencial da caminhada foram os pedidos pela prisão de Bolsonaro e de todos aqueles que atentaram contra a democracia e tentaram um novo golpe de estado no fim de 2022 e início de 2023. Aos gritos de "Ditadura Nunca Mais!" e "Sem Anistia!", os manifestantes pediram a responsabilização dos golpistas comandados pelo ex-presidente.
A caminhada em memória das vítimas do regime militar é organizada por diversos grupos e entidades, como a Associação de Amigos da Casa Frei Tito de Alencar; a Comissão Especial de Anistia; a Associação pela Anistia; o Comitê pela Memória Verdade e Justiça; a Vigília Pela Democracia e o Coletivo Aparecidos Políticos.
Semana Estadual em Memória dos Mortos e Desaparecidos Políticos
A IV Marcha do Silêncio acontece durante a comemoração da Semana Estadual em Memória dos Mortos e Desaparecidos Políticos. Incluída no ano passado no calendário oficial do estado por meio da lei 18.907/2024, de autoria do deputado estadual Renato Roseno, a semana também é chamada "Para que Jamais se Esqueça, Para que Nunca Mais Aconteça" e é realizada anualmente na primeira semana de abril.
A lei tem como objetivo principal relembrar as vítimas da Ditadura Militar brasileira, que ocorreu entre 1964 e 1985, e promover a difusão de informações sobre as violações de direitos humanos cometidas pelo Estado durante esse período.
A criação da Semana Estadual visa a promoção e a difusão de informações sobre o regime de exceção vivido no Brasil, bem como a preservação da memória das vítimas das violações de direitos humanos cometidas pelo Estado brasileiro. Além disso, busca engajar a sociedade civil em ações de preservação da memória e na busca pela verdade histórica e pela justiça.
A programação da semana incluirá palestras, seminários, exposições e aulas públicas, que serão realizadas tanto na rede escolar estadual quanto no Sistema Estadual de Cultura. (Texto: Felipe Araújo / Fotos: Elizandro dos Anjos)