O deputado estadual Renato Roseno (PSOL) participou de um ato ecumênico em solidariedade ao deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), hoje, no Congresso Nacional, em Brasília. Renato está na capital federal para uma série de audiências e atos na Funai, Conselho Nacional de Direitos Humanos e Acampamento Terra Livre e aproveitou para manifestar apoio ao companheiro de partido.
O psolista faz greve de fome desde a noite da última quarta-feira (9) em protesto contra o processo de cassação de seu mandato, que teve parecer aprovado no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. O evento de hoje à tarde reuniu integrantes de diversas religiões e contou com a presença de apoiadores do congressista, como deputados do campo progressista, lideranças indigenas, artistas e militantes de movimentos sociais.
Em pronunciamento no plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, realizado ontem, Renato afirmou que é inaceitável, sob qualquer ponto de vista, que um deputado eleito pelo povo seja alvo de retaliação simplesmente por exercer seu papel fiscalizador e por se insurgir contra práticas que atentam contra o interesse público, referindo-se à perseguição movida pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira, contra Glauber.
"Querem silenciar quem denuncia os esquemas do orçamento secreto sem meias palavras! É uma vergonha a perseguição contra Glauber. É uma vendeta covarde das forças reacionárias da política contra o mandato combativo do nosso companheiro de partido", afirmou Renato.
[+] Confira aqui trecho do pronunciamento
A decisão sobre o pedido de cassação de Glauber no Conselho de Ética da Câmara foi aprovada por 13 votos a 5. A votação, no entanto, não resulta na perda imediata do mandato. O processo, agora, segue para o plenário da Câmara dos Deputados, onde são necessários pelo menos 257 votos favoráveis para a cassação ser confirmada.
“Estou há 30 horas e 30 minutos fazendo somente a ingestão de líquidos. Estou no mesmo plenário que votou a minha cassação no dia de ontem. Essa tática radical é fruto de uma decisão política: não serei derrotado por Arthur Lira e pelo Orçamento secreto. Vou às últimas consequências”, disse o deputado, em rede social, no início da manhã desta quinta-feira (10). (Texto e edição: Felipe Araújo / Foto: Divulgação)