Governo não possui plano estratégico para segurança, denuncia Renato

11/07/17 11:00

Confrontado com a realidade das gravíssimas estatísticas da área de segurança pública, é fácil perceber que o Ceará não possui hoje nem "novas ideias" nem "novas conquistas", como sugere o slogan publicitário do governo. O alerta foi feito por Renato Roseno em pronunciamento realizado hoje pela manhã no plenário da Assembleia.

No primeiro semestre de 2017, foram registrados 2.299 assassinatos no Estado, segundo estatísticas da própria Secretaria de Segurança, número que representa um aumento de 31,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Somente no mês de junho, foram 474 mortes, quase o dobro do mesmo mês em 2016.

"Achar que redução de homicídios só se dará com aumento de policiamento ostensivo é não querer gerenciar segurança pública. A redução do número de homicídios só é possível com o concurso de ações de proteção social, qualificação urbana, ações territoriais e combate ao tráfico de armas", defendeu Renato, que lembrou que desde 2013 o Ceará ocupa as piores posições em relação ao ranking de assassinatos no Brasil.

"Além disso, o hiper-encarceramento só faz explodir a violência, dentro e fora dos presídios. Portanto, em vez de artifícios publicitários, o Ceará precisa de um plano estadual de segurança pública multidimensional, intersetorial e pelo menos quadrienal", avaliou.

Para Renato, falta em nosso estado um mínimo de diálogo entre a Secretaria de Segurança Pública, a Secretaria de Justiça e o Judiciário. O parlamentar destacou, porém, que a situação do Ceará também reflete o atual quadro do País como um todo e da região Nordeste em particular. "No Brasil, não há um plano nacional de segurança pública e houve um verdadeiro desmonte do pacto nacional de redução dos homicídios", afirmou. "No Ceará, assim como nos demais estados do Nordeste, há uma completa ausência de planos estratégicos de segurança pública".

No último fim de semana, Renato esteve no Instituto Médico Legal e constatou o impacto da violência sobre as novas gerações. "Exceto por um senhor idoso, todas os corpos que deram entrada por conta de mortes violentas eram de jovens nascidos depois dos anos 90", afirmou o deputado, que é relator do Comitê Cearense pela Redução de Homicídios na Adolescência. "Portanto, o que temos hoje no Ceará é um verdadeiro genocídio da juventude negra, pobre e de periferia. Esse é um traço ainda mais cruel da escalada de violência que presenciamos no Estado". (Foto: Lucas Moreira)

Confira a íntegra do pronunciamento na página do mandato no Facebook https://www.facebook.com/RenatoRoseno50

Áreas de atuação: Segurança pública