Vassalagem e submissão aos interesses dos EUA marcam (des)governo Bolsonaro

07/09/20 17:00

Independência ou... Bolsonaro! Neste sete de setembro, ou o Brasil comemora sua independência ou "comemora" o governo Bolsonaro. Os dois ao mesmo tempo, não dá. Nosso país tem à frente do governo federal um político submisso e comprometido com os interesses dos Estados Unidos. Um entreguista que se elegeu com o lema “Brasil acima de todos” mas que vem, de forma despudorada, rifando o patrimônio nacional e nossa soberania.

A sabujice começou antes ainda de sua chegada à presidência. Em outubro de 2017, num evento em Miami, Bolsonaro bateu continência para a bandeira dos Estados Unidos. Ele voltaria a fazer gesto depois de eleito. Em maio de 2019, num jantar oferecido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em Dallas, o presidente prestou reverência à bandeira americana e alterou o próprio bordão de governo: "Brasil e Estados Unidos acima de tudo".

As demonstrações de apequenamento e submissão aos norte-americanos, além de constrangedoras, se refletiram nas políticas adotadas por seu (des)governo, com graves consequências para a economia brasileira e para a imagem do país no Exterior. O presidente eleito com slogan patriótico e marcado por um forte moralismo revelou-se um chefe de estado dado a vassalagens diante dos Estados Unidos, consolidando velhas práticas entreguistas e reforçando a posição de dependência externa do Brasil e sua subordinação a potências mundiais.

"Bolsonaro é um presidente que despreza os pobres. Ele não tem nada de nacionalista, é um entreguista que não se importa com o sofrimento e com o futuro de seu povo. O que falta nele é, sobretudo, humanidade", avalia o deputado estadual Renato Roseno (PSOL), que já denunciou no plenário da Assembleia o que considera como "inaptidão" e "inépcia" do presidente em chefiar o governo do país e representar a imagem do Brasil no Exterior.

Prejuízos econômicos

A sabujice de Bolsonaro diante dos Estados Unidos faz com que o Brasil submeta sua política externa de forma automática às demandas dos Estados Unidos. E isso vem trazendo inúmeros prejuízos econômicos ao país. Entre outros exemplos, tem feito o Brasil enfraquecer suas relações diplomáticas com interlocutores consolidados no plano diplomático - caso da China, nosso principal parceiro comercial -; e perder recursos bilionárias, caso da recusa em vender 150 aviões da Embraer para o Irã por orientação dos norte-americanos.

Ao mesmo tempo em que deixa de realizar negócios com outros parceiros internacionais e vê sua balança pender cada vez mais apenas para as conveniências dos norte-americanos, o governo Bolsonaro vai entregando o patrimônio nacional de forma graciosa aos Estados Unidos. Exemplo alarmante é o fatiamento e a destruição da Petrobrás, que vem se desfazendo de subsidiárias estratégicas para atender grandes investidores internacionais e grandes conglomerados do petróleo, em particular os norte-americanos.

"Mesmo sendo um país tão rico, só conseguiremos efetivamente ser uma nação independente quando usarmos nosso patrimônio para vencermos a injustiça e a desigualdade social; e quando olharmos para a comunidade internacional de cabeça erguida, cientes da nossa soberania e da nossa autodeterminação", destaca Renato. (Texto: Felipe Araújo / Foto: Reprodução)

Áreas de atuação: Economia