Em versão virtual, Semana Zé Maria do Tomé celebra luta pela justiça social no campo

12/04/21 17:00

Em sua décima edição, a Semana Zé Maria do Tomé este ano acontecerá de forma remota durante os dias 19 a 23 de abril. Com o tema "ZÉ MARIA DO TOMÉ VIVE! A luta continua e a r-existência se faz vida!", movimentos sociais e comunidades da Chapada do Apodi reafirmam o enfrentamento aos agrotóxicos e cobram justiça pelo assassinato do líder comunitário Zé Maria do Tomé, ocorrido há 11 anos. A programação é uma oportunidade para visibilizar também os impactos provocados pelo avanço do agronegócio na região. O evento também será transmitido pelas redes sociais do Movimento Vinte e Um (M21) e a inscrição deve ser realizada por meio do formulário.

Desde 2019, a Lei 17.122, de autoria do deputado estadual Renato Roseno (PSOL), institucionalizou a semana no calendário oficial do Estado do Ceará. O Projeto de Lei, à época, foi construído e articulado junto com os movimentos sociais que realizam anualmente as programações. De acordo com a lei, o poder público deverá promover em espaços e instituições públicas estaduais - e em parceria com municípios e entidades da sociedade civil - o debate de temáticas que envolvam o direito à justiça socioambiental. Ao longo da semana, deverão ser realizados trabalhos de conscientização sobre direitos humanos.

"Essa é uma forma de manter viva a luta do Zé Maria. Ele foi grande lutador que pagou com sua vida por tentar proteger a sociedade em que vivia e o meio ambiente", defende Roseno. "Seu legado e sua memória permanecem através dos homens e mulheres que lutam pela terra e pela água; através do trabalho feito no acampamento que leva seu nome em Limoeiro do Norte; na esperança de todos e todas nós por um estado com menos veneno no campo e mais justiça social", reforça o parlamentar.

Pulverização aérea

Roseno é também autor da Lei 16.820/19, que proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos no Ceará e foi batizada com o nome do agricultor. Desde 2008, o Brasil é campeão mundial no consumo de agrotóxicos, o que vem provocando inúmeras consequências socioambientais. Em particular, através do uso da pulverização aérea. "Esse método deposita resíduos altamente tóxicos nos solos, na atmosfera e nas águas superficiais e subterrâneas, poluindo o ambiente e ameaçando a saúde de inúmeras populações", defende o deputado. "Além disso, a pulverização agrava a já precária disponibilização de recursos hídricos no Ceará, potencializando a dispersão da contaminação".

Durante a programação da semana, será possível acompanhar diferentes rodas de conversa que irão abordar temas como conflitos ambientais, educação popular e utilização de agrotóxicos. Entre os convidados, a Semana receberá nomes importantes nacionalmente em pautas ligadas à saúde e ao meio ambiente, como a professora Raquel Rigotto, Boaventura de Sousa Santos, Michael Lowy, Larissa Bombardi, Lia Pinheiro e Liana Leitão. Ainda, contará com a participação de representantes do Movimento Sem Terra (MST), Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Território Quilombola do Cumbe (Aracati), Prainha do Canto Verde (Beberibe), Acampamento Zé Maria do Tomé (Limoeiro do Norte), entre outros movimentos sociais. Você pode conferir a programação na íntegra.

A programação é uma oportunidade para visibilizar também os impactos provocados pelo avanço do agronegócio na região.

A X Semana Zé Maria do Tomé é fruto de uma organização do M21 e conta com apoio do Mandato É Tempo de Resistência, do deputado estadual Renato Roseno (PSOL), Cáritas Diocesana de Limoeiro do Norte, MST, CSP CONLUTAS, EFA, Jaguaribana, OPA, CPT, CERESTA, FAFIDAM/UECE, LECAMPO/UECE, TRAMAS/UFC, NATERRA/UECE, MAIE/UECE, FIOCRUZ Ceará, Acampamento Zé Maria do Tomé, Resistência na Educação, Ceará no Clima e STTR Apodi.

Serviço: X Semana Zé Maria do Tomé - "ZÉ MARIA DO TOMÉ VIVE! A luta continua e a r-existência se faz vida!" 19 a 23 de abril de 2021 Transmissão nas redes do M21: Youtube, Instagram e Facebook.

Áreas de atuação: Agrotóxicos, Agricultura