No último sábado (1 de dezembro), foi comemorado o Dia Mundial de Combate à AIDS. A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), em uma Assembleia realizada em outubro de 1987, com o objetivo de promover ações de divulgação sobre uma das doenças que mais mata no mundo e também desconstruir o preconceito contra os portadores de HIV. Para celebrar a data, a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS (RNP+) realizou na manhã desta segunda-feira (3), um seminário alusivo à data, abrindo as atividades do Dezembro Vermelho, mês de conscientização sobre a doença.
O evento aconteceu no auditório da Secretaria Executiva Regional III, na avenida Jovita Feitosa, e reuniu cerca de 150 pessoas, entre profissionais de saúde, gestores públicos, parlamentares, pessoas vivendo com HIV e apoiadores da luta contra a AIDS. Renato Roseno foi um dos parlamentares presentes. Entre as pautas discutidas, o seminário tratou da política de AIDS no Ceará e dos programas de assistência às pessoas infectadas pelo HIV.
A demora na liberação dos recursos por parte do governo do Estado para a ampliação do ambulatório do Hospital São José, em Fortaleza, principal referência na área de doenças infecciosas, também foi discutida; bem como a evolução do número de casos de AIDS no Ceará, que segue um ritmo de redução mais lento que a média nacional. Um dado que chamou atenção foi o aumento da infecção por HIV entre a população de 15 a 24 anos. Em 2008, pouco mais de 40 casos foram registrados entre jovens e adolescentes no Ceará, número que saltou para mais de 480 no ano passado.
Segundo o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde no fim de novembro, o Ceará tem a quarta maior incidência de AIDS entre crianças com menos de cinco anos, com 10 casos para cada 100 mil habitantes. O estado empata com o Pará e fica atrás apenas do Rio Grande do Sul (14 casos por grupo de 100 mil pessoas), Rio de Janeiro (13) e São Paulo (12).
CARTA - A Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS (RNP+) divulgou nacionalmente uma carta no dia 1 de dezembro alertando que a falta de prevenção, bem como de assistência especializada pode fazer recrudescer uma epidemia mais forte e resistente. "Só será possível controlar o HIV e evitar as 15.000 mortes anuais em decorrência da AIDS no Brasil num ambiente de respeito e solidariedade, inclusive com a participação da sociedade civil que tem contribuído com a resposta brasileira à epidemia desde o seu início. Mas vivemos numa sociedade onde o HIV se espalha e, portanto, todas e todos temos que tomar nossas precauções", diz o documento.
Segundo a entidade, as populações mais afetadas pelo HIV/AIDS no Brasil são" homens que fazem sexo com homens, trabalhadores e trabalhadoras comerciais do sexo, população privada de liberdade, usuárias e usuários de drogas e mulheres trans (travestis e transexuais)". "Simultaneamente, salientamos que nestas populações destacam-se pessoas de etnia negra", afirma a RNP+. "No campo do HIV/AIDS, todos sabemos que o estigma, o preconceito e a discriminação nutrem a expansão da epidemia, seja na falta de promoção da saúde, prevenção de doenças ou na dificuldade de obtenção da assistência não apenas por estas populações, mas também por heterossexuais", completa.
MANDATO - Ao longo de sua atuação na Assembleia Legislativa, o mandato é Tempo de Resistência tem como uma de suas principais pautas na área de saúde o acompanhamento da atual conjuntura da doença no Ceará, bem como os avanços e retrocessos das políticas públicas voltadas para os pacientes e as razões da permanência da letalidade por HIV no estado. Esse trabalho tem se traduzido na realização de debates, pronunciamentos e no encaminhamento de propostas legislativas, a exemplo da emenda, de autoria do deputado Renato Roseno (PSOL), à lei 16362, através da qual o governo estendeu a gratuidade nos transportes metropolitanos às pessoas com HIV.
[+] Saiba mais sobre a emenda que garantiu a gratuidade nos transportes metropolitanos às pessoas com HIV: https://bit.ly/2EbQmXO
[+] Confira a íntegra da carta da RNP+ : https://bit.ly/2Sxi0BJ
